Dr. Manuel Menezes

Nódulo na tireoide é um motivo comum de busca pelo endocrinologista. A grande maioria dos nódulos é benigna, porém em alguns casos pode se tratar de câncer de tireoide.

O que é tireoide?

A tireoide é uma glândula endócrina que se localiza no pescoço, à frente da traqueia e do esôfago. Exceto em caso de malformações ou cirurgias, todo mundo tem tireoide.

Ela é responsável pela produção dos hormônios da tireoide, T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), essenciais para o nosso metabolismo.

Eventualmente pode haver o surgimento de um nódulo na tireoide ou mais, que precisam sempre de avaliação médica. O endocrinologista é o médico especialista em diagnosticar e tratar alterações na tireoide e doença da tireoide.

O que é um nódulo na tireoide?

nódulo na tireoide

A tireoide é composta principalmente de células produtoras de hormônios, organizadas de modo que a tireoide apresenta geralmente um aspecto homogêneo. Entretanto, é muito comum que aglomerados de células ou coleções líquidas se formem de maneira desigual, provocando o surgimento de nódulos.

Cerca de 10% da população adulta tem nódulos na tireoide e, desses, 90% são benignos. Os nódulos na tireoide são mais comuns em mulheres. O aumento do tamanho da tireoide é também chamado de bócio.

Tipos de nódulo na tireoide

Cistos: são lesões benignas predominantemente compostas de coloide, um líquido viscoso produzido pelas células da tireoide.

Nódulos funcionantes (ou tóxicos): são lesões que secretam hormônios de maneira autônoma, ou seja, sem regulação. Podendo ser causa de hipertireoidismo e seus sintomas. As principais lesões que se apresentam como nódulos tóxicos são o adenoma tóxico e o bócio multinodular tóxico (ou Doença de Plummer).

Para saber mais sobre sintomas de hipertireoidismo e nódulos funcionantes leia: Sintomas de hipertireoidismo: como identificar?

Nódulos não funcionantes: são lesões nodulares que não secretam hormônios. Esses geralmente são os mais suspeitos para malignidade.

Médico para tratar Nódulo na Tireoide e Câncer de Tireoide

O médico especialista no tratamento de Nódulo na Tireoide e Câncer de Tireoide é o Endocrinologista.

Dr. Manuel Menezes é médico Endocrinologista em Ouro Preto – MG. Ele atualmente realiza consultas médicas presenciais na Clínica Sim.

  • Graduação em Medicina pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais);
  • Especialista em Clínica Médica pela FHEMIG (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais);
  • Especialista em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital da Previdência (IPSEMG).

Quais exames avaliam os nódulos na tireoide?

exame para nódulo na tireoide

O exame inicial e mais importante é o exame clínico. Através dele o endocrinologista pode acessar informações pertinentes sobre o nódulo pela história pessoal e familiar do indivíduo e ao realizar a palpação da região do pescoço.

Diante de um nódulo descoberto à palpação ou em algum exame de imagem realizado de rotina ou por alguma razão não relacionada à tireóide, o melhor exame complementar para avaliar as características desse nódulo é a ultrassonografia, que deve ser realizada preferencialmente por um ultrassonografista experiente nesse tipo de exame.

Exames laboratoriais que avaliam a função da tireoide também devem ser realizados na avaliação inicial, os mais comuns são TSH e T4 livre e ocasionalmente pode ser útil a realização de cintilografia. Esses exames auxiliam na distinção entre os nódulos funcionantes e não funcionantes.

Essa distinção geralmente é muito útil, pois em geral nódulos funcionantes têm caráter benigno e opções de tratamento diferentes.

Nódulos suspeitos podem ser submetidos a punção, que nada mais é que a coleta de material do próprio nódulo por meio de uma agulha para análise em laboratório. O resultado dessa avaliação pode indicar em maior ou menor grau a possibilidade de um nódulo ser maligno e a necessidade de realização de cirurgia.

Quem deve fazer exames?

Todo nódulo de tireoide, identificado pelo próprio paciente ou em exame clínico ou de imagem, deve ser avaliado pelo endocrinologista e acompanhado periodicamente para avaliar sua evolução.

Não existe recomendação de realizar ultrassonografia de rotina em todas as pessoas.

Qual o tratamento dos nódulos na tireoide?

Em geral, o tratamento dos nódulos não funcionantes é cirúrgico, necessário quando o nódulo tem características suspeitas ou quando ele se torna excessivamente grande.

Podemos tratar alguns nódulos funcionantes, além da opção cirúrgica, com iodo radioativo, com bons resultados.

tratamento de nódulo na tireoide

Tipos de cirurgia

A cirurgia da tireoide, ou tireoidectomia, pode ser parcial, em que se remove apenas a metade da glândula que contém o nódulo indesejado, ou total, em que toda a glândula é removida, indicada mais frequentemente quando o nódulo é altamente suspeito de câncer ou quando existem nódulos nas duas metades da tireoide.

Quando a tireoide é removida totalmente é sempre necessário o uso de hormônio da tireoide pelo resto da vida e quando ela é removida parcialmente o uso pode ser necessário ou não.

Na suspeita de câncer, pode ser necessária a retirada cirúrgica também de linfonodos que apresentem características de que possam ter sido acometidos pelo câncer. Todo o material removido em cirurgia deve ser encaminhado para laboratório de anatomia patológica para a melhor avaliação da lesão.

Nódulo na tireoide pode ser câncer?

Sim. E esse é um dos motivos pelos quais um indivíduo com nódulo na tireoide deve ser avaliado e acompanhado por um endocrinologista. Embora a maioria dos nódulos seja benigna, ainda assim, há aqueles que se originam a partir da multiplicação de células cancerosas.

Algumas características do paciente em relação ao seu histórico pessoal e familiar e características do nódulo ao exame físico e à ultrassonografia podem sugerir maior chance desse nódulo ser uma lesão maligna e necessitar tratamento.

O câncer de tireoide acomete três vezes mais mulheres que homens e a faixa etária mais acometida é entre os 25 e 65 anos.

Tipos de cânceres de tireoide

Carcinoma diferenciado de tireoide: inclui os tipos papilífero e folicular e representa mais de 90% dos cânceres de tireoide, tem evolução mais indolente, ou seja, mais lenta, e a resposta ao tratamento é mais satisfatória.

Carcinoma medular de tireoide: acomete as células parafoliculares da tireoide, produtoras de calcitonina, um hormônio que regula o cálcio. Mais agressivo que o carcinoma diferenciado e de tratamento mais complexo.

Carcinoma anaplásico: mais raro e mais agressivo. É responsável pela maioria das mortes por câncer de tireoide.

Quais os sintomas de câncer de tireoide?

câncer de tireoide

A maioria das pessoas com câncer de tireoide não apresenta nenhum sintoma. Quando o tumor se torna maior ele pode ser mais perceptível na região anterior do pescoço e quanto maior for seu tamanho maior a possibilidade de provocar compressão no pescoço, o que pode resultar em rouquidão, dificuldades de engolir e de respirar.

Outros sintomas mais gerais como febre e perda de peso, assim como sintomas de outros órgãos acometidos surgirão apenas na doença em estágio avançado.

Câncer de tireoide tem cura?

Em muitos casos sim. O tratamento inicial com cirurgia somada, quando necessário, ao uso de iodo radioativo, é o tratamento definitivo em grande parte dos cânceres de tireoide. O tratamento tem maior chance de cura quando o câncer é detectado precocemente e quando é de um dos tipos de evolução mais lenta ou que responda bem ao iodo radioativo.

O acompanhamento, contudo, é para a vida toda e o objetivo é detectar precocemente qualquer sinal de que possa estar havendo recorrência da doença para que um novo tratamento seja realizado o quanto antes.

Qual o tratamento do câncer de tireoide?

O tratamento inicial sempre que possível é cirúrgico, a remoção completa da tireoide e de linfonodos possivelmente acometidos é em geral a regra. Assim, o uso de hormônio sintético da tireoide é sempre necessário, na forma de comprimidos.

Em alguns casos, o tratamento deve ser complementado com uso de iodo radioativo, que destrói as células da tireoide que tenham persistido após a cirurgia e permite maior praticidade ao acompanhamento. O uso de iodo radioativo já foi indicado para todos os casos no passado, mas hoje vem sendo cada vez mais reservado para casos de maior risco de recorrência.

O uso de medicamentos específicos, radioterapia e quimioterapia é mais raro e destinado a casos que não têm boa resposta com as medidas anteriores.

O acompanhamento após o tratamento deve ser realizado por toda a vida. O objetivo é detectar a recorrência da doença logo no seu princípio caso ocorra, para que um novo tratamento seja realizado o mais rápido possível, e manter o nível de hormônio tireoestimulante (TSH) dentro do alvo, para que eventuais focos de câncer não tenham o desenvolvimento estimulado.

LEIA TAMBÉM:

REFERÊNCIAS:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *