Nódulo na tireoide é um motivo comum de busca pelo endocrinologista. A grande maioria dos nódulos é benigna, porém em alguns casos pode se tratar de câncer de tireoide.
O que é tireoide?
A tireoide é uma glândula endócrina que se localiza no pescoço, à frente da traqueia e do esôfago. Exceto em caso de malformações ou cirurgias, todo mundo tem tireoide.
Ela é responsável pela produção dos hormônios da tireoide, T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), essenciais para o nosso metabolismo.
Eventualmente pode haver o surgimento de um nódulo na tireoide ou mais, que precisam sempre de avaliação médica. O endocrinologista é o médico especialista em diagnosticar e tratar alterações na tireoide e doença da tireoide.
O que é um nódulo na tireoide?
A tireoide é composta principalmente de células produtoras de hormônios, organizadas de modo que a tireoide apresenta geralmente um aspecto homogêneo. Entretanto, é muito comum que aglomerados de células ou coleções líquidas se formem de maneira desigual, provocando o surgimento de nódulos.
Cerca de 10% da população adulta tem nódulos na tireoide e, desses, 90% são benignos. Os nódulos na tireoide são mais comuns em mulheres. O aumento do tamanho da tireoide é também chamado de bócio.
Tipos de nódulo na tireoide
Cistos: são lesões benignas predominantemente compostas de coloide, um líquido viscoso produzido pelas células da tireoide.
Nódulos funcionantes (ou tóxicos): são lesões que secretam hormônios de maneira autônoma, ou seja, sem regulação. Podendo ser causa de hipertireoidismo e seus sintomas. As principais lesões que se apresentam como nódulos tóxicos são o adenoma tóxico e o bócio multinodular tóxico (ou Doença de Plummer).
Para saber mais sobre sintomas de hipertireoidismo e nódulos funcionantes leia: Sintomas de hipertireoidismo: como identificar?
Nódulos não funcionantes: são lesões nodulares que não secretam hormônios. Esses geralmente são os mais suspeitos para malignidade.
Médico para tratar Nódulo na Tireoide e Câncer de Tireoide
O médico especialista no tratamento de Nódulo na Tireoide e Câncer de Tireoide é o Endocrinologista.
Dr. Manuel Menezes é médico Endocrinologista em Ouro Preto – MG. Ele atualmente realiza consultas médicas presenciais na Clínica Sim.
- Graduação em Medicina pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais);
- Especialista em Clínica Médica pela FHEMIG (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais);
- Especialista em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital da Previdência (IPSEMG).
Quais exames avaliam os nódulos na tireoide?
O exame inicial e mais importante é o exame clínico. Através dele o endocrinologista pode acessar informações pertinentes sobre o nódulo pela história pessoal e familiar do indivíduo e ao realizar a palpação da região do pescoço.
Diante de um nódulo descoberto à palpação ou em algum exame de imagem realizado de rotina ou por alguma razão não relacionada à tireóide, o melhor exame complementar para avaliar as características desse nódulo é a ultrassonografia, que deve ser realizada preferencialmente por um ultrassonografista experiente nesse tipo de exame.
Exames laboratoriais que avaliam a função da tireoide também devem ser realizados na avaliação inicial, os mais comuns são TSH e T4 livre e ocasionalmente pode ser útil a realização de cintilografia. Esses exames auxiliam na distinção entre os nódulos funcionantes e não funcionantes.
Essa distinção geralmente é muito útil, pois em geral nódulos funcionantes têm caráter benigno e opções de tratamento diferentes.
Nódulos suspeitos podem ser submetidos a punção, que nada mais é que a coleta de material do próprio nódulo por meio de uma agulha para análise em laboratório. O resultado dessa avaliação pode indicar em maior ou menor grau a possibilidade de um nódulo ser maligno e a necessidade de realização de cirurgia.
Quem deve fazer exames?
Todo nódulo de tireoide, identificado pelo próprio paciente ou em exame clínico ou de imagem, deve ser avaliado pelo endocrinologista e acompanhado periodicamente para avaliar sua evolução.
Não existe recomendação de realizar ultrassonografia de rotina em todas as pessoas.
Qual o tratamento dos nódulos na tireoide?
Em geral, o tratamento dos nódulos não funcionantes é cirúrgico, necessário quando o nódulo tem características suspeitas ou quando ele se torna excessivamente grande.
Podemos tratar alguns nódulos funcionantes, além da opção cirúrgica, com iodo radioativo, com bons resultados.
Tipos de cirurgia
A cirurgia da tireoide, ou tireoidectomia, pode ser parcial, em que se remove apenas a metade da glândula que contém o nódulo indesejado, ou total, em que toda a glândula é removida, indicada mais frequentemente quando o nódulo é altamente suspeito de câncer ou quando existem nódulos nas duas metades da tireoide.
Quando a tireoide é removida totalmente é sempre necessário o uso de hormônio da tireoide pelo resto da vida e quando ela é removida parcialmente o uso pode ser necessário ou não.
Na suspeita de câncer, pode ser necessária a retirada cirúrgica também de linfonodos que apresentem características de que possam ter sido acometidos pelo câncer. Todo o material removido em cirurgia deve ser encaminhado para laboratório de anatomia patológica para a melhor avaliação da lesão.
Nódulo na tireoide pode ser câncer?
Sim. E esse é um dos motivos pelos quais um indivíduo com nódulo na tireoide deve ser avaliado e acompanhado por um endocrinologista. Embora a maioria dos nódulos seja benigna, ainda assim, há aqueles que se originam a partir da multiplicação de células cancerosas.
Algumas características do paciente em relação ao seu histórico pessoal e familiar e características do nódulo ao exame físico e à ultrassonografia podem sugerir maior chance desse nódulo ser uma lesão maligna e necessitar tratamento.
O câncer de tireoide acomete três vezes mais mulheres que homens e a faixa etária mais acometida é entre os 25 e 65 anos.
Tipos de cânceres de tireoide
Carcinoma diferenciado de tireoide: inclui os tipos papilífero e folicular e representa mais de 90% dos cânceres de tireoide, tem evolução mais indolente, ou seja, mais lenta, e a resposta ao tratamento é mais satisfatória.
Carcinoma medular de tireoide: acomete as células parafoliculares da tireoide, produtoras de calcitonina, um hormônio que regula o cálcio. Mais agressivo que o carcinoma diferenciado e de tratamento mais complexo.
Carcinoma anaplásico: mais raro e mais agressivo. É responsável pela maioria das mortes por câncer de tireoide.
Quais os sintomas de câncer de tireoide?
A maioria das pessoas com câncer de tireoide não apresenta nenhum sintoma. Quando o tumor se torna maior ele pode ser mais perceptível na região anterior do pescoço e quanto maior for seu tamanho maior a possibilidade de provocar compressão no pescoço, o que pode resultar em rouquidão, dificuldades de engolir e de respirar.
Outros sintomas mais gerais como febre e perda de peso, assim como sintomas de outros órgãos acometidos surgirão apenas na doença em estágio avançado.
Câncer de tireoide tem cura?
Em muitos casos sim. O tratamento inicial com cirurgia somada, quando necessário, ao uso de iodo radioativo, é o tratamento definitivo em grande parte dos cânceres de tireoide. O tratamento tem maior chance de cura quando o câncer é detectado precocemente e quando é de um dos tipos de evolução mais lenta ou que responda bem ao iodo radioativo.
O acompanhamento, contudo, é para a vida toda e o objetivo é detectar precocemente qualquer sinal de que possa estar havendo recorrência da doença para que um novo tratamento seja realizado o quanto antes.
Qual o tratamento do câncer de tireoide?
O tratamento inicial sempre que possível é cirúrgico, a remoção completa da tireoide e de linfonodos possivelmente acometidos é em geral a regra. Assim, o uso de hormônio sintético da tireoide é sempre necessário, na forma de comprimidos.
Em alguns casos, o tratamento deve ser complementado com uso de iodo radioativo, que destrói as células da tireoide que tenham persistido após a cirurgia e permite maior praticidade ao acompanhamento. O uso de iodo radioativo já foi indicado para todos os casos no passado, mas hoje vem sendo cada vez mais reservado para casos de maior risco de recorrência.
O uso de medicamentos específicos, radioterapia e quimioterapia é mais raro e destinado a casos que não têm boa resposta com as medidas anteriores.
O acompanhamento após o tratamento deve ser realizado por toda a vida. O objetivo é detectar a recorrência da doença logo no seu princípio caso ocorra, para que um novo tratamento seja realizado o mais rápido possível, e manter o nível de hormônio tireoestimulante (TSH) dentro do alvo, para que eventuais focos de câncer não tenham o desenvolvimento estimulado.
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REFERÊNCIAS: