Os sintomas de hipertireoidismo podem ser provocados pelo excesso de produção de hormônios da tireoide, o hipertireoidismo propriamente dito, ou pelo excesso da liberação desses hormônios na circulação.
O que é tireoide?
A tireoide é uma glândula endócrina que se localiza no pescoço, à frente da traqueia e do esôfago. Exceto em caso de malformações ou cirurgias, todo mundo tem tireoide.
Ela é responsável pela produção dos hormônios da tireoide, T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), essenciais para o nosso metabolismo e o excesso desses hormônios pode ser responsável pelos sintomas de hipertireoidismo.
A regulação desses hormônios é feita em conjunto com a glândula hipófise, por meio de outro hormônio, o TSH (hormônio tireoestimulante). O endocrinologista é o especialista que diagnostica e trata alterações na tireoide e doença da tireoide.
O que é Hipertireoidismo?
O hipertireoidismo é uma doença que se caracteriza pelo excesso de produção de hormônios tireoidianos, estimulando de maneira inapropriada o nosso metabolismo.
O hipertireoidismo pode acometer qualquer pessoa, mas é mais comum em mulheres entre 20 e 50 anos, principalmente se houver outros casos na família.
O excesso de hormônios tireoidianos na circulação causa a tireotoxicose, podendo ser devida a aumento da produção desses hormônios ou por outros motivos que levam a maior concentração deles na circulação. O termo hipertireoidismo se refere apenas a quando essa produção está aumentada.
Médico para tratar Hipertireoidismo
O médico especialista no tratamento de Hipertireoidismo é o Endocrinologista.
Dr. Manuel Menezes é médico Endocrinologista em Ouro Preto – MG. Ele atualmente realiza consultas médicas presenciais na Clínica Sim.
- Graduação em Medicina pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais);
- Especialista em Clínica Médica pela FHEMIG (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais);
- Especialista em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital da Previdência (IPSEMG).
Quais os sintomas de hipertireoidismo?
Os sintomas mais comuns de hipertireoidismo são: queda de cabelos, aumento da pressão arterial e frequência cardíaca (causando palpitações e até mesmo arritmia), sensação exagerada de calor, sudorese excessiva, nervosismo, ansiedade, tremores nas mãos, falta de sono, aumento da fome, perda de peso, diarreia, irregularidade menstrual e infertilidade.
No idoso, os sintomas podem ser mais difíceis de identificar, se manifestando com prostração, confusão mental e depressão.
A região anterior do pescoço pode estar aumentada, o chamado bócio, como um todo na autoimunidade ou parcialmente na existência de nódulos. A região pode também estar sensível ou dolorosa, especialmente em caso de tireoidite.
Os olhos podem se tornar protuberantes (ou “saltados”), edemaciados, irritados e sensíveis à luz. Isso ocorre devido a inflamação e depósitos de tecido gorduroso nas órbitas oculares. Em casos mais graves a visão pode estar duplicada. Muitas vezes esse será o primeiro sinal observado pelo indivíduo e pelas pessoas que convivem com ele.
O que causa hipertireoidismo?
A causa mais comum de hipertireoidismo é a Doença de Graves, uma doença autoimune, em que o próprio organismo produz anticorpos que afetam o funcionamento da tireoide, aumentando a produção de hormônios.
Hipertireoidismo também pode ocorrer devido à produção excessiva de hormônios devido à existência de nódulos autônomos, que não dependem e não são regulados pelo TSH para produzir hormônios, e o fazem de maneira descoordenada.
O adenoma tóxico é um nódulo único produtor de hormônios tireoidianos e o bócio multinodular tóxico (ou Doença de Plummer) é quando vários nódulos coexistem e são os responsáveis pelo excesso de hormônios.
A tireoidite é a inflamação da tireoide, pode ocorrer em consequência de infecções virais ou autoimunidade. Nessa situação, hormônios tireoidianos já produzidos e armazenados são liberados na circulação de maneira descoordenada, provocando sintomas de hipertireoidismo. É uma chamada tireotoxicose e não hipertireoidismo verdadeiro, uma vez que não há excesso na produção de hormônios e a tireoide não está “hiperfuncionando”. Em geral é autolimitada, o que significa que seu fim não depende de tratamento específico, e os hormônios são gradualmente eliminados da circulação.
Causas mais raras de hipertireoidismo incluem a produção excessiva de TSH pela hipófise, por um tumor secretor desse hormônio ou o uso inapropriado ou excessivo de hormônio tireoidiano, na forma de comprimidos para tratamento do hipotireoidismo ou, infelizmente, adicionados de maneira intencional em suplementos ou “fórmulas mágicas” para emagrecimento.
Tempestade tireoidiana
É o quadro agudo e grave do hipertireoidismo e uma situação de risco à vida que deve ser tratada como uma emergência médica.
Nesse cenário, os sintomas do hipertireoidismo estão em sua maior intensidade. Frequência cardíaca extremamente elevada, arritmia e choque circulatório, febre, fraqueza, agitação, alterações do humor, confusão mental, coma, e disfunção hepática são os principais achados.
Ela pode ocorrer devido a tratamento inadequado do hipertireoidismo, suspensão do tratamento ou estresse clínico importante, como em situações de cirurgias, infecções ou gestação.
Qual exame devo fazer?
O profissional mais indicado para realizar a avaliação de alterações na tireoide e doença da tireoide é o endocrinologista.
Os exames laboratoriais iniciais para avaliar a tireoide na suspeita de hipertireoidismo são na maioria das vezes o TSH, T4 livre e T3 total, que podem revelar o excesso de hormônio em circulação.
Autoanticorpos, em especial o TRAb (anticorpo contra o receptor de hormônio estimulador da tireoide), podem ser dosados para confirmação da causa do hipertireoidismo.
Exames de imagem muitas vezes podem ser necessários, em especial a ultrassonografia da tireoide e a cintilografia, para diferenciar o hipertireoidismo de outras condições, sendo essas a tireoidite ou a existência de um nódulo autônomo secretor de hormônios tireoidianos.
Como tratar o hipertireoidismo?
No hipertireoidismo por causa autoimune (Doença de Graves) o tratamento habitualmente escolhido como primeira opção é o uso das medicações antitireoidianas (metimazol ou propiltiouracil).
Outras opções são o uso de iodo radioativo (ou radioiodo) e cirurgia, reservadas para casos especiais ou que não responderam bem ao tratamento inicial com medicação oral.
Para alívio mais rápido dos sintomas de hipertireoidismo, podemos fazer uso de medicações que reduzem a ação dos hormônios que estão em excesso.
Quando o excesso de hormônios se deve a um ou mais nódulos autônomos secretores de hormônios, o uso de radioiodo ou a indicação de cirurgia são preferíveis. Já na situação de tireoidite, apenas o controle dos sintomas e da inflamação é necessário até que a função tireoidiana se estabilize.
Após o tratamento, o hipertireoidismo comumente evolui para hipotireoidismo e, nesse caso, é instituído outro tipo de tratamento. Para saber mais sobre o hipotireoidismo visite: Sintomas de hipotireoidismo: saiba quando procurar o médico
Iodo radioativo
O iodo radioativo é uma opção de tratamento do hipertireoidismo, utilizado via oral e que tem a capacidade de destruir parte da tireoide, uma vez que ela é capaz de absorver e concentrar iodo. O tratamento com dose baixa não precisa de internação, mas requer alguns cuidados.
A gestação deve ser evitada antes e até 12 meses após o tratamento e deve-se evitar o contato com gestantes, bebês e crianças por alguns dias logo após o tratamento, com o tempo exato a depender da dose utilizada.
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REFERÊNCIAS: