Baixa testosterona e hipogonadismo são problemas de saúde relativamente comuns e que afetam muitos homens, mas nem todos sabem exatamente o que significam ou o que fazer na suspeita de uma dessas condições.
Neste artigo, vou simplificar os termos médicos e explicar as causas, os sintomas e as opções de tratamento para ajudar a compreender melhor esse assunto importante.
Em caso de sintomas que possam significar baixa testosterona ou hipogonadismo, você deverá procurar seu Endocrinologista.
O que é Hipogonadismo?
O hipogonadismo é uma condição médica em que os testículos não produzem testosterona em quantidades adequadas, resultando em níveis insuficientes desse hormônio essencial para a saúde masculina. Existem dois subtipos principais de hipogonadismo:
Hipogonadismo Primário: ocorre quando os próprios testículos têm dificuldade em produzir testosterona. As causas primárias são aquelas que afetam diretamente os testículos ou se localizam neles.
Hipogonadismo Secundário: O hipogonadismo secundário é aquele que tem sua causa fora dos testículos e interfere neles de maneira indireta. Nesse caso, a produção insuficiente de testosterona pelos testículos é resultado de um distúrbio na glândula hipófise (ou pituitária) ou no hipotálamo, localizados no cérebro. Essas glândulas não enviam os sinais hormonais adequados para os testículos produzirem testosterona.
Médico para tratar Baixa Testosterona e Hipogonadismo
O médico especialista no tratamento de Baixa Testosterona e Hipogonadismo é o Endocrinologista.
Dr. Manuel Menezes é médico Endocrinologista em Ouro Preto – MG. Ele atualmente realiza consultas médicas presenciais na Clínica Sim.
- Graduação em Medicina pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais);
- Especialista em Clínica Médica pela FHEMIG (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais);
- Especialista em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital da Previdência (IPSEMG).
Causas de Baixa Testosterona e Hipogonadismo
Uma variedade de fatores pode contribuir para o desenvolvimento do hipogonadismo, incluindo:
- Lesões ou tumores nos testículos: traumas físicos, infecções, neoplasias ou cirurgias nos testículos podem danificá-los e afetar a produção de testosterona;
- Doenças crônicas sistêmicas: condições médicas como diabetes, obesidade, doença renal crônica, doença hepática, hipotireoidismo ou hemocromatose podem influenciar negativamente os níveis de testosterona;
- Tumores intracranianos acometendo a hipófise ou outras alterações da hipófise: podem comprometer a sinalização hormonal para a produção testicular de testosterona;
- Abuso de esteroides anabolizantes: compromete a sinalização hormonal que leva os testículos a produzir testosterona e mais tardiamente provoca redução e perda de funcionalidade testicular;
- Tratamentos Médicos: certos tratamentos médicos, como radioterapia e quimioterapia, podem ter efeitos colaterais adversos nos testículos, reduzindo a produção de testosterona;
- Medicamentos: alguns medicamentos, como opioides e corticosteroides, podem suprimir a produção de testosterona;
- Causas genéticas: por exemplo, Síndrome de Klinefelter, Síndrome de Kallman, Disgenesia Testicular (criptorquidia) ou Hipogonadismo Hipogonadotrófico Idiopático (HHI).
Sintomas de Baixa Testosterona e Hipogonadismo
A baixa testosterona pode manifestar-se de várias maneiras e os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Os sintomas mais comuns de baixa testosterona incluem:
- Redução da libido (desejo sexual): diminuição do interesse ou apetite sexual;
- Disfunção erétil: dificuldade em iniciar ou manter uma ereção peniana suficientemente firme para ato sexual;
- Perda de massa muscular: diminuição da força e da massa magra;
- Perda de pêlos corporais: queda e rarefação dos pêlos.;
- Ginecomastia: aumento das mamas masculinas;
- Aumento da gordura corporal: ganho de peso, especialmente na região abdominal;
- Dificuldade de concentração e problemas de memória: redução do foco e da capacidade de lembrar informações;
- Redução da densidade óssea: podendo levar a osteoporose e maior risco de fraturas ósseas;
- Variações de humor, fadiga, irritabilidade e distúrbios do sono.
É importante observar que nem todas as pessoas com baixa testosterona apresentam todos esses sintomas, e a intensidade deles pode variar. Por outro lado, a presença de algum desses sintomas não significa sempre baixa testosterona;
Se você suspeita que pode apresentar baixa testosterona com base em alguns desses sintomas, é fundamental procurar seu Endocrinologista para avaliação e diagnóstico adequados.
Quais os exames para diagnóstico de Baixa Testosterona e Hipogonadismo e quem deve realizá-los?
O exame mais comum na avaliação de Baixa Testosterona e Hipogonadismo é a dosagem de Testosterona Total. Ele é indicado na suspeita de uma dessas condições, especialmente na presença de muitos dos sintomas descritos acima.
Como todo exame laboratorial, e em algumas situações até com mais frequência, a dosagem de testosterona total está sujeita a uma série de possíveis interferências, que podem alterar e reduzir a confiabilidade do resultado do exame.
Para evitar diagnósticos equivocados, seguidos de tratamentos desnecessários, a dosagem de testosterona deve ser sempre realizada em jejum e no período da manhã. Eventuais alterações devem ser confirmadas com a repetição do exame e a interpretação dos resultados deve ser feita pelo seu Endocrinologista.
Em alguns casos, o Endocrinologista pode precisar solicitar exames adicionais para eliminar possíveis interferências no resultado do exame e sempre deve investigar a causa da baixa testosterona. Essa investigação depende da história clínica do paciente e exames adicionais podem ser solicitados conforme as suspeitas.
A avaliação laboratorial dos níveis de testosterona não é um exame de rotina, portanto não é indicada para homens que não apresentem sintomas como os descritos acima ou outro motivo que leve à suspeita de doença.
Tratamento para a Baixa Testosterona e Hipogonadismo
O tratamento da baixa testosterona tem como objetivo restabelecer os níveis de testosterona no organismo e melhorar a qualidade de vida. Quando existe uma causa modificável para a baixa testosterona o tratamento deve ser direcionado em especial para a resolução dessa causa. As opções de tratamento podem incluir, conforme a causa:
Terapia de Reposição de Testosterona (TRT): a Terapia de Reposição de Testosterona é uma abordagem comum que envolve a administração de testosterona na forma de gel ou injeções intramusculares. A escolha da forma de reposição de testosterona depende das necessidades e preferências do paciente.
Medicamentos para Estimular a Produção de Testosterona: medicamentos como o citrato de clomifeno podem ser prescritos em alguns casos para estimular os testículos a produzirem mais testosterona.
Mudanças no Estilo de Vida: fazer mudanças saudáveis no estilo de vida pode complementar o tratamento ou mesmo ser o principal tratamento do hipogonadismo. Isso inclui melhorar a alimentação, a prática regular de exercícios físicos, o controle do peso e evitar o consumo de álcool, cigarro ou outras drogas.
Acompanhamento Médico Regular: manter consultas médicas regulares é essencial para monitorar os níveis hormonais e a ocorrência de efeitos colaterais, além de ajustar o tratamento conforme necessário. Seja qual for a abordagem escolhida, é importante seguir as orientações do seu Endocrinologista para obter os melhores resultados.
Qual a diferença entre a Terapia de Reposição de Testosterona e o Abuso de Anabolizantes?
Tanto a terapia de Reposição de Testosterona quanto o Abuso de Anabolizantes envolvem a administração de testosterona. A semelhança entre eles termina por aqui, uma vez que têm finalidades, contextos e doses diferentes.
A Terapia de Reposição de Testosterona é um tratamento médico legítimo e supervisionado que visa restabelecer os níveis de testosterona em homens com hipogonadismo, uma condição endocrinológica em que os níveis de testosterona no organismo estão abaixo do normal, uma vez que as causas já foram identificadas.
O objetivo da Terapia de Reposição de Testosterona é melhorar a qualidade de vida do homem com hipogonadismo, aliviando os sintomas associados à baixa testosterona, como fadiga, disfunção sexual, perda de massa muscular e alterações de humor.
Por outro lado, o uso e abuso de anabolizantes tem como finalidade aumentar a massa muscular e melhorar o desempenho atlético em homens com níveis normais de testosterona, sem que haja justificativa do ponto de vista médico. No entanto, o uso inadvertido de testosterona predispõe a efeitos colaterais potencialmente graves, como:
- Aumento de oleosidade da pele e acne;
- Infertilidade;
- Diminuição do tamanho dos testículos;
- Perda da capacidade de produção de testosterona, que pode ser permanente;
- Aumento do tamanho do coração;
- Morte súbita;
- Ginecomastia (aumento das mamas em homens);
- Aumento do risco de trombose;
- Danos ao fígado;
- Piora de sintomas prostáticos;
- Piora de apneia do sono;
- Hipertensão arterial;
- Comportamento agressivo ou irritabilidade;
- Alterações de humor.
Conclusão
O Hipogonadismo e a Baixa Testosterona são condições médicas relativamente comuns que podem afetar de maneira importante a vida do homem. Reconhecer os sintomas e buscar ajuda do seu Endocrinologista é o primeiro passo para o correto diagnóstico e tratamento.
Com o tratamento adequado é possível melhorar a qualidade de vida e aliviar os sintomas associados à baixa testosterona. Lembre-se sempre de seguir as orientações do seu médico para garantir o tratamento mais adequado às suas necessidades.
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REFERÊCIAS