O que é Diabetes Gestacional?
Os sintomas de Diabetes Gestacional decorrem de uma alteração do metabolismo dos carboidratos observada pela primeira vez durante a gravidez e que não preenche critérios para o diabetes convencional. Essa alteração é caracterizada pelo aumento da glicose no sangue, identificada por meio de exame laboratorial e pode ou não persistir após o parto.
Mulheres que apresentaram diabetes gestacional têm maior chance de ter diabetes no futuro.
Médico para tratar Diabetes Gestacional
O médico especialista no tratamento de Diabetes Gestacional é o Endocrinologista.
Dr. Manuel Menezes é médico Endocrinologista em Ouro Preto – MG. Ele atualmente realiza consultas médicas presenciais na Clínica Sim.
- Graduação em Medicina pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais);
- Especialista em Clínica Médica pela FHEMIG (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais);
- Especialista em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital da Previdência (IPSEMG).
Como surge o Diabetes Gestacional?
Diabetes Gestacional ocorre devido a modificações que acontecem no corpo da mulher para atender as necessidades do feto. Dentro do útero, a placenta, responsável por nutrir o feto, também produz hormônios que aumentam a resistência materna à insulina na segunda metade da gestação e disponibilizam a ele a glicose necessária.
Esse processo ocorre naturalmente em todas as gestantes, porém, naquelas que já apresentavam algum grau de resistência à insulina, o aumento pode ser mais acentuado, caracterizando uma situação de risco para mãe e feto.
Quem tem risco de ter sintomas de Diabetes Gestacional?
Qualquer gestante pode apresentar diabetes gestacional, mas o risco é maior naquelas que apresentam fatores de risco.
São fatores de risco conhecidos: idade (maior com o aumento da idade), sobrepeso ou obesidade, ter parentes de 1º grau com diabetes, síndrome dos ovários policísticos, sinais de resistência a insulina antes da gestação, hipertensão, acantose, aterosclerose, apneia do sono, hipotireoidismo, perdas gestacionais anteriores ou óbito fetal sem causa determinada, gestações anteriores com malformação fetal, diabetes gestacional polidrâmnio ou recém nascido com mais de 4kg ao nascimento.
Estima-se que no Brasil 18% das gestantes possam apresentar Diabetes Gestacional segundo os critérios mais utilizados para o diagnóstico.
Quais os sintomas de Diabetes Gestacional?
Mulheres com Diabetes Gestacional podem não apresentar sintomas na maioria dos casos. Naquelas que apresentam manifestações da doença, os sintomas de Diabetes Gestacional são os mesmos do diabetes convencional e são causados pelo aumento da glicose no sangue.
Os sintomas clássicos são mais raros, incluem perda de peso associada a aumento exagerado da fome, sede e da quantidade de urina. Sintomas inespecíficos frequentemente são os únicos: tonturas, dificuldade visual, fraqueza e cãibras. Infecções genitourinárias podem ocorrer com maior frequência.
Para saber mais sobre outros tipos de diabetes, acesse: Quais os sintomas de diabetes e quais exames devo fazer?
Quais os riscos para o bebê?
Os riscos mais comumente associados ao Diabetes Gestacional para o feto são: peso elevado ao nascimento, o que aumenta a chance de necessitar cesárea, risco de asfixia e traumatismo no parto; malformações, aborto, parto pré-termo, complicações após o nascimento, como hipoglicemia, hipocalcemia, síndrome do desconforto respiratório, icterícia e policitemia, além de risco aumentado de diabetes e obesidade na vida adulta.
Quais os riscos para a mãe?
No caso das gestantes, as principais complicações são parto prematuro, infecções e maior chance de necessitar de cesárea. Após o parto, o risco de Diabetes Gestacional e sintomas de Diabetes Gestacional numa próxima gestação é maior, além do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 e alterações metabólicas, principalmente alterações do colesterol e hipertensão.
Como saber se tenho Diabetes Gestacional?
O médico deve rastrear Diabetes Gestacional para todas as gestantes como parte do pré-natal de rotina, sendo indicada realização de exames na primeira consulta do pré-natal e entre a 24ª e 28ª semanas de gestação. Uma glicemia de jejum entre 92 e 125 mg/dL em qualquer momento já caracteriza o Diabetes Gestacional.
Entre a 24ª e 28ª semanas deve ser realizado um teste oral de tolerância à glicose. Esse teste consiste em tomar 75g de uma substância doce (dextrosol) e avaliar a glicemia após uma e duas horas. Valores de glicemia acima de 180 mg/dL e de 153 mg/dL após 1 hora e 2 horas respectivamente também confirmam diabetes gestacional.
Valores superiores aos citados acima não devem ser considerados Diabetes Gestacional, mas sim, Diabetes pré-gestacional, sendo essa uma oportunidade de identificar uma doença prévia à gestação.
Sem Diabetes Gestacional | Diabetes Gestacional | Diabetes Prévio | |
Glicemia em Jejum | < 92 mg/dL | 92 a 125 mg/dL | > 126 mg/dL |
Glicemia após 1h | < 180 mg/dl | 180 mg/dL ou maior | – |
Glicemia após 2h | < 153 mg/dL | 153 a 199 mg/dL | > 200 mg/dL |
Como prevenir os sintomas de Diabetes Gestacional?
Assim como na prevenção do Diabetes não-gestacional, a ênfase aqui deve ser dada ao estilo de vida. Uma alimentação balanceada, evitando excesso de carboidratos simples (açúcar, pão, arroz) associada a exercícios físicos regulares pode ser capaz de prevenir a doença em muitas mulheres.
Como é o tratamento do Diabetes Gestacional?
Modificações no estilo de vida, com implementação de dieta balanceada e atividade física regular, quando essas ainda não fazem parte do dia-a-dia da gestante, são indicadas na grande maioria dos casos em que não há contraindicações. Naqueles em que apenas hábitos saudáveis não são o suficiente para controle da glicemia, pode-se utilizar medicamentos orais e insulina a critério médico.
A monitorização constante das glicemias deve ser realizada e o objetivo do tratamento deve ser o controle da glicemia, levando a redução dos riscos tanto para a mãe quanto para o feto. O alvo do tratamento deve ser definido em conjunto com o seu endocrinologista, mas em geral a glicemia de jejum, após 1h e após 2h das refeições deve estar abaixo de 95, 140 e 120 mg/dL, respectivamente. Informações de ultrassonografia também podem pesar para definir a necessidade de tratamento mais intensivo.
Como deve ser o acompanhamento após o parto?
Após o parto, a indicação de continuidade do tratamento deve ser reavaliada pelo médico e novos exames devem ser realizados após 6 semanas e anualmente, considerando a possibilidade de diabetes fora da gravidez.
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REFERÊNCIAS:
- https://www.uptodate.com/contents/gestational-diabetes-mellitus-screening-diagnosis-and-prevention?search=DIABETES%20GESTACIONAL&source=search_result&selectedTitle=2~150&usage_type=default&display_rank=2
- https://www.diretriz.diabetes.org.br/2022/planejamento-metas-e-monitorizacao-do-tratamento-do-diabetes-durante-a-gestacao/